Como fazer conservação na quarentena?

Olá gente, como vão todos? Espero que bem!

Então, acho que essa é uma boa hora para voltarmos a trocar uma ideia sobre conservação.
Desde o início da quarentena, percebo que muitos pesquisadores, estudantes, profissionais da conservação...estão usando o "mundo online" para falar mais sobre meio ambiente, pesquisa, ciência, etc...

Não sei vocês mas eu estou sem ir pra campo nos projetos desde o início da quarentena, então essa parte da pesquisa está bem paralisada. Mas continuo "fazendo conservação" da forma que é possível, através de divulgação científica à distância. Era uma atividade que já fazia anteriormente a tudo isso, mas vejo que agora é a hora de colocarmos o nosso tema de trabalho em evidência. Muitas dúvidas estão surgindo na sociedade e podemos aproveitar esse momento para tentar sempre discutir conservação/meio ambiente/natureza/ciência.

Mesmo que o assunto quente do momento é a pandemia, acho que cabe a nós desenvolver narrativas que possam ser anexadas ao assunto. Algumas perguntas como:
- Degradação do meio ambiente contribui para novas pandemias? Como?
- Com tudo isso que está acontecendo, quarentena, podemos pensar em uma nova forma de vivermos em sociedade que seja mais "amigável" com o meio ambiente?
- Quais os riscos de termos pandemias/epidemias mais frequentes com o avanço de uma exploração dos recursos naturais de maneira irracional e não planejada?
- Qual a importância da ciência e dos pesquisadores frente a esses desafios? Será que agora é hora de termos mais reconhecimento e incetivo pelo governo?

Essas são algumas dúvidas que podem ser abordadas e linkadas com o tema do momento. Mas devemos ir além. Estamos notando em nossos canais de divulgação aqui da Bocaina que tem muita gente querendo escutar e aprender sobre meio ambiente. Mas é claro que a forma de comunicação é fundamental para isso. As ferramentas para isso nunca foram tão facilitadas, vide o tanto de live que temos diariamente, não é mesmo?

Mas acredito que alguns fatores são importantes para a efetiva comunicação para um público menos acadêmico:

- A forma da linguagem com certeza. Essa, talvez, seja a principal dificuldade de muitos pesquisadores...saírem dos jargões científicos. Muitos acreditam que nem toda pesquisa precise ser compreendida pela sociedade, por que é muito específica e não seria interessante ou importante a sociedade saber (vi essa discussão uns dias atrás no twitter). Mas não é que temos que falar os métodos e predições da nossa pesquisa...o que temos que fazer é mostrar a importância do que você está fazendo. Um exemplo que usamos muito foi dado por um pesquisador chamado Douglas Falcão (trabalha com comunicação da ciência), ele diz que: não precisamos ensinar para uma pessoa como acontece o processo de fissão nuclear, mas ela precisa saber quais são os benefícios e malefícios para poder opinar sobre a construção de uma usina nuclear. Então é mais ou menos isso, como você poderia "vender o peixe" do seu trabalho para convencer que seu projeto é necessário para a população. Tenha certeza que existe uma abordagem para isso. E tenho certeza que não é fácil pensar nisso. É um exercício constante!

- Ao fazer uma live, por exemplo, tentar convidar alguém de fora do assunto, para ter uma troca de dúvidas...se não, pode ser só mais um bate papo entre pesquisadores que só os pares vão compreender e se interessar. Lembrando que estou falando em divulgação para um público não acadêmico...caso sua proposta for para um público acadêmico, manda bala em convidar outro pesquisador da área.

- Tentar divulgar outros perfis de divulgação se você tiver um público que goste de ciência. Acho que este nosso fórum foi pensado para isso, certo? Precisamos parar de tentar fazer tudo em pequenos grupos de pesquisa e começar realmente a conversar por todo o Brasil. Agora com o crescimento de lives chegou a hora de convidar pessoas de outras regiões para um bate papo.

Bem pessoal, queria mesmo com esse tópico era saber de vocês o que estão fazendo nessa quarentena para contribuir com a conservação?
Vamos nos ajudar aqui e crescer nossa rede de divulgação, o que acham?

Aproveito para deixar aqui nosso perfil do Instagram e divulgar nosso Podcast

@biologiadaconservacao

Podcast: Papagaio de primata

Grande abraço!

Divulgar ciências para o público que não compreende os termos técnicos é importante, para levar o conhecimento de fontes seguras para a comunidade que está distante da realidade científica.
Com os recursos que dispomos hoje é possível, mesmo de casa, divulgar trabalhos e propostas para conservação de nossos biomas. Esse é o momento de mostrar os resultados de pesquisas e investir em educação ambiental on-line.

Oi, gente! Tudo bem com vcs?

Divulgar ciência é importantíssimo, principalmente no atual contexto do nosso país (ambiental, social, político e econômico), mas fazer divulgação é um pouco mais difícil do que parece. Acredito que a maior dificuldade esteja em prender e manter a atenção do público alvo, visto que ultimamente a divulgação científica tem sido feita em redes sociais e somos facilmente distraídos por elas. Logo, vídeos muito extensos sem a interação do público ou legendas muito longas em um feed (excesso de informação de forma geral), acaba fazendo com que quem está do outro lado da tela se perca facilmente e não aproveite a informação.

O número de perfis de divulgação científica cresceu bastante nos últimos anos e tenho reparado que alguns possuem abordagens muito parecidas, não inovando muito. É importante avaliar a plataforma a ser utilizada, se vai ser feito por vídeo ou imagem e o tempo a ser gasto para passar a mensagem (duração do vídeo, tamanho da legenda a ser lida). Por exemplo, alguém que busque vídeos sobre o tema no Youtube, tem um objetivo já em mente sobre o que ele quer saber sobre o assunto e de certa forma vídeos mais extensos, com muita informação se tornam muito proveitosos. Entretanto, se a pessoa está navegando no feed do instagram e se depara com uma postagem de um perfil divulgador, o que vai fazer ela permanecer até fim, será o tempo gasto para assimilar toda a informação. Nesse caso, vídeos longos ou legendas grandes causam certo desinteresse. As lives tem se mostrado muito promissoras, principalmente quando há interação com o público e são divertidas. Também acho que utilizar várias plataformas contribui para atingir um maior alcance. Ah, lembrando que são concepções minhas e que estou aberta a opiniões divergentes.

Quanto a questão final sobre o que estamos fazendo na quarentena para contribuir com a conservação, estou acompanhando vários perfis de divulgação e identificando pontos positivos e negativos, para que em breve, junto com mais colegas da minha área de estudo, criarmos um canal de divulgação científica voltado para o público leigo. Estamos bem no começo, mas espero que dê muito certo.

Olá pessoal, espero que estejam todos bem.

Excelente tema para discutirmos. Precisamos urgentemente multiplicar as ações que transmitam informações confiáveis a um público cada vez mais amplo. Temos visto diariamente os impactos reais gerados não só pela desinformação, mas principalmente, por notícias falsas construídas para serem facilmente replicadas.

Como tornar a comunicação técnico-científica mais efetiva, chamando a atenção do público em um período com tantas informações disponíveis? Como bem colocado, o uso de multiplataformas é uma excelente forma para ampliar o alcance. Mas e o conteúdo? uma imagem por exemplo, um esquema, um mapa ou uma foto, tem que ser capaz de atingir o objetivo e transmitir a informação de forma empolgante, alcançando as emoções do interlocutor.

O que vocês já viram que tem funcionado nesse sentido?

Grande abraço e muito obrigado!